GOVERNO COLLOR

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Fernando Collor - Foto Oficial da Presidência.
Oriundo de um estado de onde vieram os dois primeiros presidentes da República e filiado a uma legenda pequena, o novo presidente sentiu a necessidade de compor uma base de sustentação capaz de permitir a implementação do programa de governo, ainda que o próprio Collor não fosse afeito a ciceronear os parlamentares em contatos políticos com vistas a aprovar os projetos de interesse. Tal aversão criou um distanciamento entre o chefe do executivo e a maioria dos parlamentares que lhe davam apoio, mas em regra o governo contava com o suporte de políticos do PFL, PDS, PTB, PL, de partidos conservadores de menor vulto e dissidentes ocasionais.
Nas eleições de 1990 os aliados venceram no Distrito Federal e na maioria dos estados com destaque para o PFL que elegeu nove governadores, seis dos quais no Nordeste. Tal desempenho compensou as derrotas sofridas em grandes colégios eleitorais como São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, por exemplo. O curioso é que embora o PRN (partido de Collor) tenha eleito dois senadores e quarenta deputados federais, não fez nenhum governador. No legislativo o PMDB manteve a maior bancada tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal e com isso conservou o comando do Congresso para o biênio seguinte, situação em vigor desde o retorno dos civis ao poder em 1985.
Ao longo do ano de 1991 investiu grande parte do capital político numa negociação destinada a levar o PSDB a integrar as fileiras governistas, negociação malograda, sobretudo, ante as recusas de Covas e Franco Montoro, o então presidente nacional da legenda tucana.
Em maio de 1990 indicou o primo Marco Aurélio de Mello para vaga no Supremo Tribunal Federal.
Quanto à sua equipe as mudanças ocorreriam logo nas duas semanas posteriores à posse quando Joaquim Roriz deixou a pasta da Agricultura e em outubro de 1990 Bernardo Cabral foi substituído no Ministério da Justiça pelo experiente senador Jarbas Passarinho. No entanto, a mudança mais significativa viria em maio de 1991 quando o embaixador Marcílio Marques Moreira assumiu o Ministério da Fazenda confirmando o apreço de Collor por indivíduos de perfil técnico e acadêmico em detrimento dos "políticos de carreira", tendência que só seria revertida em 1992 quando realizou duas reformas em sua equipe: uma em abril e outra às vésperas do afastamento quando abriu espaço aos quadros políticos conservadores.
O curioso é que ao tomar posse o número de ministros nomeados por Collor era o menor dos trinta anos anteriores a 1990 e dentre os agraciados com um cargo no primeiro escalão estava sua também prima Zélia Cardoso de Mello, nomeada ministra da Fazenda. Convidou também o ex-jogador de futebol Zico para a Secretaria dos Esportes, porém este logo deixaria o cargo.
Com o tempo o insucesso da política econômica e as frequentes denúncias envolvendo auxiliares diretos (incluída a primeira-dama Rosane Malta, presidente da Legião Brasileira de Assistência) causaram um desgaste progressivo do governo.

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