GETULIO VARGAS MAIS UM GRANDE PRESIDENTE- POR QUE O SUICÍDIO ?

Bairro do Catete - Os Presidentes no Palácio

Getulio Vargas (Como Ditador)
Ficou no Catete de: 1930 - 1945.
Nome: Getúlio Dorneles Vargas.
Nasceu em São Borja - RS a 19/04/1882 e morreu no Rio de Janeiro a 24/08/1954.
  Ninguém sabe o motivo, mas ele alterou a data de seu nascimento para 1883; esse fato só se tornou público por ocasião do centenário de seu nascimento quando o padre da paróquia em que ele foi registrado divulgou essa curiosidade.
     Assume através de um golpe militar, com poderes de ditador, fica no governo por quase 15 anos, fechou o Congresso, a Câmara dos Deputados, nomeou interventores para assumir os cargos de Governadores dos Estados.
     Em 15 de novembro de 1926, assume a pasta da fazenda no ministério do presidente Washington Luis, presidente este que mais tarde ajudaria a depor.
Washington Luís e seu Ministério. A sua esquerda o Vice-Presidente Melo Viana, na terceira fila a esquerda o então Ministro da Fazenda Getúlio Vargas.
Washington Luís e seu Ministério. A sua esquerda o Vice-Presidente Melo Viana, na terceira fila a esquerda o então Ministro da Fazenda Getúlio Vargas.
     Em 17 de junho de 1929, é assinado um pacto entre os líderes políticos do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais, que proporia um nome gaúcho como alternativa a sucessão do presidente Washington Luis, visto este ter indicado como candidato do governo o paulista Julio Prestes.
     Em 29 de julho de 1929, Getúlio Vargas escreve para o Presidente Washington Luis:
     "...A escolha do meu nome pelo Estado de Minas Gerais e sua aceitação por parte do Rio Grande não traduziam hostilidade alguma ao Dr. Júlio Prestes, de cuja candidatura até então não se havia falado, nem V. Ex.ª, cujo ponto de vista no caso não era igualmente conhecido. Não aceitei a indicação do meu nome pelo Estado de Minas Gerais como candidato de combate, que não desejo, que nenhum brasileiro poderá desejar, sobretudo nesta hora, quando tudo recomenda uma política de completo apaziguamento, da qual dependerá, em última análise, o próprio êxito da propaganda governamental de V. Ex.ª ..."
      "...Quando escrevo Minas, me refiro ao PRM na sua incontestável maioria. Se depois do entendimento com V. Ex.ª, o Partido Republicano Mineiro se declarar satisfeito com a fórmula que for encontrada e disso me der conhecimento expressamente, eu não terei a menor dúvida em desobrigá-lo do compromisso que voluntariamente assumiu."
     Minas é contra a indicação de um nome paulista, pois queria um mineiro como candidato, como alternativa, Antonio Carlos (Antônio Carlos Ribeiro de Andrada), governador de Minas Gerais, apoiaria um candidato vindo do Rio Grande do Sul, que poderia ser Getúlio Vargas ou Borges de Medeiros (Antônio Augusto Borges de Medeiros). A este pacto, deu-se o nome de Aliança Liberal.
     Mesmo assim Getúlio é oficiosamente candidato a presidência.
     Estácio Coimbra (Estácio de Albuquerque Coimbra), governador de Pernambuco, não aceita ser vice na chapa de Getúlio Vargas.
     João Pessoa, governador do Estado da Paraíba, é sondado para concorrer na chapa de Vargas e aceita, pois também não concorda com a indicação do candidato oficial do governo o Dr. Júlio Prestes.
     As chapas se formam, de um lado o candidato governista Julio Prestes tendo como vice Vital Soares (Vital Henrique Batista Soares) governador da Bahia; de outro lado Getúlio Vargas e como vice João Pessoa, governador da Paraíba.
     O candidato do governo prometia a continuidade da reforma monetária iniciada no governo de Washington Luís.
     Getúlio, com o slogan "mais do povo que do candidato", prometia "anistia  plena, geral e absoluta" e aumento dos salários dos militares e dos funcionários públicos.
     Na Câmara dos Deputados, alguns políticos insinuam que não aceitarão Júlio Prestes como presidente.
     No Rio Grande do Sul, Borges de Medeiros, líder gaúcho declara:
     "... Não pensamos aqui em revolução, sim, que isso fique bem claro, no Rio Grande não se pensa em revolução. Os rio-grandenses aceitarão o resultado das urnas..."
     "...A nação pode estar certa de que o Rio Grande não esquecerá jamais os seus deveres. O Partido Republicano, por todos os seus chefes, e eu, pessoalmente, tudo faremos para impedir um gesto de desvario. Não iniciaremos, nem auxiliaremos nenhum movimento contra a ordem constitucional...". (mais tarde ele fará tudo ao contrário e tomará o poder junto com os outros líderes da revolução).
     Em Minas o discurso do governador Antonio Carlos, é no mesmo tom, ou seja não apoiaria nada que fosse contra o resultado das urnas.
     O candidato a vice-presidente pela Aliança Liberal na chapa de Vargas, João Pessoa, declara o seguinte:
     "...Nunca contarão comigo para um movimento armado. Prefiro 10 Júlio Prestes a uma revolução".
     Em outubro de 1929 ocorre o "crack" (quebra), da Bolsa de Valores de Nova York, os Estados Unidos quebrou e o Brasil também.
     Os fazendeiros de café passam a apoiar a candidatura de oposição - Getúlio e Pessoa.
     A 1º de março de 1930, acontece a eleição para presidente.
     Terminada  a apuração, os resultados são: Getúlio Vargas 669.000 votos; Julio Prestes 1.100.000 votos.
     Muitos foram os protestos com relação aos resultados; porém dada a diferença avassaladora de votos, os líderes da Aliança Liberal, sabiam que deviam acatar esses resultados.
     Borges de Medeiros e Getúlio Vargas a princípio aceitam o resultado da campanha, porém João Neves da Fontoura, Osvaldo Aranha, Flores da Cunha (José Antônio Flores da Cunha), Maurício Cardoso (Joaquim Maurício Cardoso) e Lindolfo Collor (Lindolfo Leopoldo Boekel Collor), do Partido Republicano, não concordaram com a passividade da Aliança Liberal em aceitar a derrota nas urnas.
     Influenciado de diversas maneiras por João Neves da Fontoura, Borges de Medeiros passa a aceitar a idéia de uma possível sublevação.
     Osvaldo Aranha encomenda armas no valor de 16.000 contos de réis na Tchecoslováquia; essa quantia deveria ser paga da seguinte maneira 8.000 pelo Rio Grande do Sul, 6.000 por Minas Gerais e 2.000 pela Paraíba.
     Os primeiros planos foram traçados: A revolução deveria estourar simultaneamente em todo Território Nacional; no norte, Juarez Távora seria o líder, em Minas a liderança caberia ao Capitão Leopoldo Néri da Fonseca e em São Paulo o responsável seria Siqueira Campos. No sul, mais tarde contariam com o comando de Borges de Medeiros e Getúlio Vargas.
     O ex-Presidente da República Epitácio Pessoa, se compromete a fazer com que seu sobrinho João pessoa, governador da Paraíba pagasse os 2.000 contos de réis de sua cota na compra das armas no exterior.
     O Governador de Minas Gerais Antonio Carlos, envia emissários ao Rio Grande do Sul para pagar sua parte na compra das armas e para ouvir as duas alas; a do Partido Republicano e da Aliança Liberal, e também para receber instruções dos próximos passos do golpe.
     Em 1º de junho de 1930, Getúlio Vargas escreve um manifesto pedindo serenidade nas atitudes, aparentemente se opondo a um Golpe de Estado. O movimento pela revolução se esvazia por um momento.
     Por esta época, todo o comércio do sertão paraibano, era escoado através do porto do Recife em Pernambuco; João Pessoa terminou com esse processo o que acarretou em um maior custo para os coronéis do sertão escoarem as suas mercadorias e produtos agrícolas, além disso ele aumentou os impostos; tudo isto retirou muito o poder dos coronéis sertanejos da Paraíba. O Município de Princesa, cujo o principal cacique político era o velho Coronel José Pereira de Lima, que fora correligionário político de João Pessoa e que recentemente havia rompido relações com ele, proclama a sua independência! É, é isso mesmo a Cidade de Princesa no sertão da Paraíba proclamou a sua independência. Uma curiosidade, o cangaceiro Lampião odiava o Coronel José Pereira, por considera-lo  seu traidor e "perverso, falso e desonesto".
     Em 9 de junho de 1930, os políticos José Pereira de Lima, José Frazão Medeiros Lima e Manuel Rodrigues Sinhô, assinaram um decreto que proclamava a independência do Município de Princesa, separando-se assim do resto do Estado da Paraíba, submetendo-se apenas a autoridade do Governo Federal.
     João Pessoa, reage a situação na Cidade de Princesa, com muitas represálias políticas. O advogado João Duarte Dantas sertanejo da cidade paraibana de Teixeira, correligionário do Coronel José Pereira fez duras críticas a João Pessoa e sofre perseguição de tal ordem que foge para Pernambuco.
     Em julho de 1930, o ex-governador da Paraíba e candidato derrotado na recente eleição para vice-presidente, João Pessoa é assassinado dentro da Confeitaria Glória, na Rua Nova (esquina com a Rua da Palma), no Recife. Os dias que se seguiram ao assassinato de João Pessoa, foram cheios de controvérsias, sobretudo nos jornais. Mesmo o crime tendo ocorrido em público e cheio de testemunhas, os jornais publicaram o nome do assassino como sendo João Suassuna, líder da Cidade de Catolé do Rocha (João Dantas, na verdade era amigo de Suassuna), um amigo de Estácio Coimbra então governador de Pernambuco, ambos desafetos de Pessoa; o assassino foi o advogado João Duarte Dantas, que por problemas políticos regionais, teve sua vida devassada a mando de João Pessoa, inclusive com seu apartamento na antiga Rua Direita nº 519 (atual Rua Duque de Caxias, próximo do Ponto de Cem Réis) invadido bem no centro da capital, pela polícia no dia 10 de julho; nesta invasão, algumas correspondências trocadas entre ele e sua noiva Anayde Beiriz, foram publicadas em jornais. O jornal A União, publicou uma série de sérias acusações contra familiares de João Dantas, inclusive ao patriarca, Dr. Franklin Dantas. (Franklin Dantas Correia de Góis)
     Diziam que a reunião na confeitaria teria sido por motivos políticos graves, aquisição de armas para a insipiente revolução etc... Até hoje em muitos livros, revistas especializada e sites a cronologia dos fatos é confusa, como se João Pessoa ainda fosse candidato quando morreu por exemplo. O fato é que as eleições já haviam acabado e o resultado proferido oficialmente.
     Na verdade ele tinha o hábito de tomar o famoso chá das 5 na Confeitaria Glória, com amigos nos finais de semana sempre que visitava o Recife; no entanto, neste dia em especial, provavelmente ele teria ido encontrar-se com uma certa cantora, com a qual mantinha um romance, pois pouco antes, ele havia comprado jóias na Joalheria Krauser, que foram encontradas em seu bolso. Rapidamente o nome da Capital do Estado da Paraíba foi mudada para João Pessoa (antes chamava-se Parahyba) e a bandeira do estado ganhou o lema NEGO, palavra atribuída ao próprio João Pessoa, como resposta ao pedido de apoio ao candidato Julio Prestes, feito por Washington Luis. No livro Anayde "Paixão e Morte na Revolução de 30" Editora Record (Página 49), essa cantora seria a soprano Cristina Maristany.
     Às 17 horas do sábado, 26 de julho de 1930, o presidente da Paraíba, João Pessoa entra na confeitaria, acompanhado do Professor Agamenon Magalhães e de Caio Lima Cavalcanti, pouco tempo depois, João Dantas acompanhado do seu cunhado Moreira Caldas, entrou no salão da confeitaria decidido e falou: "Sou João Dantas, a quem tanto humilhastes e maltratastes". Usando o corpo do amigo de Pessoa, Agamenon Magalhães como escudo, disparou contra o peito do político paraibano, João Pessoa caiu sem falar uma palavra, cruzou os braços sobre o peito, foi quando Dantas disparou mais uma vez, ferindo o ante-braço do presidente da Paraíba. Um certo tenente Queiroz entrou em luta corporal com Dantas, o motorista do morto Antônio Pontes de Oliveira, sacou um revólver e disparou, ferindo a testa do assassino.
     Agamenon Magalhães em matéria publicada no  jornal A Noite, afirma que ao ser atingido João Pessoa teria gritado: "Canalha! Não se mata assim, covardemente, um homem!".
Corpo de João Pessoa
Corpo de João Pessoa. Observe que um dos tiros perfurou o ante-braço e não no pulso como  relata alguns estudiosos do caso.
     Dantas e o cunhado foram presos  e levados para a Casa de Detenção na Paraíba, onde foram espancado e degolados. Oficialmente eles cometeram suicídio. O corpo de João Pessoa foi levado para a capital da Paraíba; isso fez com que todo o Estado ficasse um caos, um inferno, tumultos, tiroteios, incêndios, bombas explodiam por toda a parte; os distúrbios só começaram a melhorar depois que o corpo foi transladado para o Rio de Janeiro no navio Rodrigues Alves.
     Três dias depois a noiva de Dantas bebe veneno de cobra e morre. João Suassuna, foi assassinado mais tarde, por Miguel Laves de Souza, com um tiro, na esquina da Rua Riachuelo com a dos Rua Inválidos no Rio de Janeiro. João Suassuna era o pai de Ariano Suassuna, autor do Auto da Compadecida.
     Chegando o cadáver de João pessoa ao Rio de Janeiro, os partidários da revolução, que estavam quietos, se aproveitaram da situação, atribuindo a morte do governador da Paraíba ao governo de Washington Luís insuflando as massas e políticos.
     Os que eram a favor do golpe de norte a sul se reanimaram.
     O mineiro Antonio Carlos tenta redigir um manifesto atribuindo a morte de João Pessoa a Washington Luís, é contido por Getúlio Vargas.
     Juarez Távora dá impulso a preparação da revolução no nordeste do país.
      Em agosto de 1930 Borges de Medeiros é persuadido por Osvaldo Aranha e adere ao movimento sem restrições.
     É marcada uma data para a revolução: 25 de agosto de 1930, porém foi adiada por não terem os revolucionários tido tempo de organizar um plano de ação confiável.
     Os generais do Estado-Maior são contatados para aderirem, porém eles se declararam em posição de neutralidade ante a possibilidade de aderir ao movimento ou trair o presidente e a constituição.
     O Estado Maior da revolução, se instala em Porto Alegre; João Alberto, Miguel Costa, Osvaldo Aranha e Newton Estillac Leal; sob o comando do Tenente-Coronel Góis Monteiro (Pedro Aurélio de Góis Monteiro, que havia sido convencido a abraçar a causa por Osvaldo Aranha).
     A nova data foi marcada para o início da revolução: 17:30h do dia 3 de outubro de 1930. Esta hora tão precisa assim, foi em virtude de os revolucionários esperarem a saída (final do expediente) do General Gil de Almeida do quartel onde comandava a 3ª Região Militar (na capital gaúcha) que não havia aderido ao golpe.
     E assim foi. Em 3 de outubro de 1930 estoura oficialmente a revolução que deporia o Presidente da República Washington Luis.
     João Alberto, comanda com 60 homens o ataque da principal posição militar de Porto Alegre, o Morro do Menino Deus, onde havia um grande arsenal e um enorme paiol de munições. O assalto não foi muito difícil, pois os soldados do quartel já haviam sido seduzidos para o golpe.
     Coube ao Tenente Setembrino Palma (comandando 8 guardas civis) o assalto contra o esquadrão de cavalaria, que reagiu; seu comandante o Capitão Jaime Argolo Ferrão, morreu atirando contra os golpistas.
     O Capitão Agenor Barcelos Feio, comandante da Guarda Civil, (comandando 50 guardas) Osvaldo Aranha e Flores da Cunha  partiram para tomar o Quartel General do Exército em Porto Alegre. Esta ação foi interessante; alguns dias antes, os revoltosos (funcionários do município e alguns soldados) fingiram fazer obras de consertos de tubulações de água e esgoto na Rua General Canabarro e na Rua do Riachuelo (nos fundos do quartel), acabaram cavando trincheiras sem chamar a menor atenção do quartel; os sete soldados que guardavam o Q.G., não conseguiram resistir aos 50 homens e ao elemento surpresa. Os edifícios vizinhos foram ocupados pelos revoltosos, assim como algumas residências próximas e até mesmo a Igreja Nossa Senhora das Dores foram ocupadas por soldados sublevados.
     O General Gil de Almeida, recebeu uma carta de Getúlio Vargas (pelas mãos do General Valdomiro de Lima), pedindo que se rendesse honrosamente e que seria respeitada sua patente e sua dignidade de militar fiel ao governo federal. Assim que o Quartel General se rendeu, foi a vez de partir para a tomada do Arsenal de Guerra que ficava na mesma rua.
     Às 14:00h do dia 4 de outubro Porto Alegre estava nas mãos dos golpistas.
Getúlio Vargas recebe 669 mil votos, contra 1.100.000 votos de Prestes; alegando fraudes a Aliança Liberal, depõe o Presidente, e impede a posse dos vencedores.

     Entre os dias 4 e 5 de outubro de 1930, as cidades de São Borja, Alegrete, Uruguaiana, Itaguaí, São Luís, Santo Ângelo, Cruz Alta, Passo Fundo, Cachoeira, Santa Maria, São Gabriel, Bagé, Jaguarão, Rio Grande, e Pelotas se submeteram a revolução, ou seja praticamente todo o Estado do Rio Grande do Sul, foi conquistado em cerca de 3 dias.
     Em 4 de outubro de 1930 Getúlio Vargas publica um manifesto à nação com o seguinte texto:
     "Ninguém ignora os persistentes esforços por mim empregados desde o início da campanha da sucessão presidencial da República, no sentido de que o prélio eleitoral se mantivesse rigorosamente no terreno da ordem e da lei. Jamais acenei para a revolução, nem sequer proferi uma palavra de ameaça. Ainda mesmo quando percebi que a hipertrofia do Executivo, inteiramente descomedido, absorvendo os outros poderes, aniquilava o regime e assumia, de maneira ostensiva, a direção da pugna eleitoral, em favor da candidatura de meu opositor, tentei uma solução conciliatória..."
     "...Estive sempre pronto  a assumir, com a renúncia de quaisquer aspirações políticas  e da própria posição que ocupo, a responsabilidade integral dos atos determinantes da luta, a fim de que a coletividade colhesse, assim, algum benefício e não se sacrificassem interesses de terceiros."
     Getúlio também através de cartas, "proclamações" e declarações, dispara acusações contra o governo, alegando fraudes nas eleições e manipulação na diplomação de deputados eleitos legitimamente, porém impedidos de tomar posse.
     Como tentei deixar claro mais acima, o assassinato de João Pessoa, não teve ligações com o Palácio do Catete, porém em uma declaração Vargas deixa "no ar", como sendo de responsabilidade de Washington Luis, a morte do paraibano:
     "...na Paraíba, foi ainda amparada e criminosamente estimulada pelos poderes públicos a ação do cangaço, que terminou, como é notório, no miserável assassínio do imortal João Pessoa".
     Além de discursos quase poéticos como se pode ver neste trecho:
     "...Entreguei ao povo a decisão da Comenda, e este, cansado de sofrer, rebela-se contra os seus opressores. Não poderei deixar de acompanhá-lo, correndo todos os riscos em que a vida será o menor dos bens que lhe posso oferecer...".
     Em Minas Gerais a revolução começou na mesma hora e dia que em Porto Alegre, porém os líderes achavam que todas as tropas mineiras iriam aderir ao golpe de imediato; isso não aconteceu,  centenas de soldados do 12º Regimento de Infantaria, enfrentaram os revoltosos por 5 dias em Belo Horizonte, tornando-se assim possivelmente a batalha mais dramática e sangrenta da revolução de 1930, com cerca de 100 mortos. Após lutas e tiroteios nas ruas da capital mineira, os 385 homens fieis a Washington Luis, resistiram heroicamente, só se rendendo por falta de víveres e por não saberem o que estava acontecendo no resto do país, pois eles ficaram sem comunicações. A resistência mineira se deu basicamente em Belo Horizonte; a tropa de Ouro Preto aderiu a revolução sem maiores problemas, a de São João Del Rei, rendeu-se após um pequeno tiroteio.
     A 1:05h da manhã do dia 4 de outubro de 1930 a revolução começa na capital da Paraíba; o Tenente Agildo Barata Ribeiro e o Tenente Juraci Magalhães, junto com alguns civis, assaltaram o quartel do 22º Batalhão de Caçadores, cujo o comandante, o General Lavanère-Wanderley e mais 5 soldados morreram em combate. No mais, praticamente todo o Estado da Paraíba aderiu sem maiores resistências.

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